Gente que inspira: “O que posso fazer para ter mais coragem?”

Gente que inspira: "O que posso fazer para ter mais coragem?"

O medo faz parte do nosso dia a dia, assim como a coragem. Muito mais do que apenas uma reação do nosso cérebro, ele pode às vezes funcionar como um impedimento na hora de conquistarmos novos objetivos e desafios.

Quantas vezes você já deixou de fazer algo que realmente queria por medo? Em nossa coluna de hoje, Camila Montandon fala um pouco sobre como encontrar a sua coragem interior e usá-la para fazer as pazes com o seu medo! Vem com a gente!


O que posso fazer para ter mais coragem?

Não tem como falar de coragem se não falarmos do medo. Afinal, só é preciso ter coragem quando o medo aparece. Então vamos primeiro falar um pouco deste temido sentimento.

Dá medo sentir medo!

Acredito que você já tenha ouvido essa frase: “Coragem, não tenha medo.” Por isso, ter a sensação de que ter medo é ruim é entendido como algo normal. Mas não necessariamente!

O medo é um sentimento protetor, um estado de alerta que jamais vamos deixar de sentir. É fisiológico, é uma descarga neurológica para preservação da vida e da espécie humana.

Ele nos adverte sobre a presença de um perigo. Por exemplo, ao se aproximar de um lugar alto, é comum sentirmos medo. Graças a ele, nos afastamos e evitar que um acidente aconteça. O medo é aquele sentimento que diz: “sai daí, você está em perigo”.

Esse medo protetor pode ser muito positivo em nossa vida, mas quando ele está em desequilíbrio, também pode se tornar paralisante. Aí já estamos falando de outra coisa.

Neste caso, muitas vezes é preciso uma adequada intervenção terapêutica para ajustar as reações neurológicas que estão causando essa sensação de forma exacerbada. Além de uma tomada de consciência dos seus gatilhos que disparam esses mecanismos paralisantes que chamamos de pânico.

Vamos voltar a falar da coragem!

Esta palavra tem origem no latim coraticum, termo latino composto por cor, que significa “coração”, e aticum, que significa “ação”. A palavra coragem originalmente significa “ação pelo coração”, já que acreditava-se que era neste órgão que ela residia.

Mas como as pessoas sentem sua coragem? Será que minha coragem é diferente da sua? Tive a curiosidade de perguntar para algumas pessoas o que significava coragem para elas. Algumas das respostas que obtive foram:

“Agir de acordo com o que sentimos, no amor e não no medo.”

“Coragem significa determinação”

“Enfrentar as dificuldades de frente, confiar em Deus sempre.”

“Não ter medo de encarar os desafios”

“É a força interior, é ter fé.”

“Abrir mão do que mais amo temporariamente para ser algo muito melhor do que fui ontem.”

“Coragem é acreditar que você é capaz de enfrentar aquela situação e ter segurança na sua força e superação mesmo se você fracassar. Enfrentar o medo através da fé.”

“Colocar em movimento algo estagnado. Buscar internamente o impulso para transgredir as barreiras. Encontrar cor que age e agir com cor quando o mundo lhe parece um emaranhado de tons de cinza.”

“Acho que coragem é tudo o que eu não tenho e as pessoas pensam que tenho.”

O que é coragem?

Muitas vezes não reconhecemos a nossa coragem e a força que temos. E, por isso, tememos dar um primeiro passo. Então, como diz Ligia Costa: “comece, mesmo não se sentindo pronta.” Eu adoro essa frase!

Percebemos que cada um entende e sente coragem de uma maneira diferente. Algumas acreditam que é ausência do medo. Outras, enfrentamento do medo. Alguns associaram com fé e força interior. Movimento, determinação e segurança também foram associados aos conceitos de coragem.

De acordo com Mario Sergio Cortella, coragem não é ausência do medo, mas a capacidade de enfrentar o medo. Para ele, uma pessoa corajosa é aquela que tem audácia. Audácia é organizar, preparar, estruturar e ir. Uma pessoa audaciosa tem uma coragem preparada, ordenação de suas competências, suas nossas habilidades.

Quer saber o que fiz com meu medo?

Eu vou ser bem sincera com vocês e compartilhar uma experiência pessoal que me ajudou. Embora muitos me vejam como uma pessoa corajosa, eu me considero uma pessoa medrosa. Então vamos enfrentar os medos, certo?

Nesse enfrentamento, me deparei com uma grande dificuldade. Enfrentar significa encarar frente a frente e quando imaginava meu medo na minha frente, via uma armadura rígida, brava e forte, com a qual precisava bater de frente para superá-la.

Automaticamente, dentro de mim, criava-se uma blindagem para ser tão forte quanto ele e poder vencê-lo para conseguir seguir rumo ao meu objetivo. Pronto, estava armada a batalha. E todas as vezes que fiz isso, sabe o que aconteceu? O medo me venceu! Então o que fazer?

Bandeira branca!

Se coragem é agir com o coração, que tal olhar para o medo com mais amor e menos enfrentamento? Olhar o medo como parte da nossa história, da nossa existência, do nosso aprendizado e que foi graças a ele que se chegou até aqui.

Embora armaduras aparentem força, elas pesam e enrijecem, impedindo que os movimentos fluam livremente. Quando tirei as blindagens internas do meu coração, o medo deixou de ser meu adversário e percebi que ele podia ser meu aliado.

Percebi que medo e coragem andam lado a lado, que um não existe sem o outro. Podem ser bons amigos, sem enfrentamentos. O medo faz parte de toda mudança, que nos leva para algo novo e desconhecido.

A coragem é a capacidade de caminhar por este desconhecido, mesmo com alguns sustos: eles fazem parte. Quando reconhecemos isso e damos espaço para nossas vulnerabilidades emergirem, a profundidade pode ser tomada pela força.

O que fazer para se fortalecer?  

Para facilitar o entendimento, vou usar um exemplo simples. Imagine uma pessoa que vai a academia para fortalecer seus músculos. Os pesos vão aumentando gradativamente para adquirir cada vez mais força e isso é muito saudável. Mas se esta pessoa exceder o peso que seu corpo pode puxar ou fazer mais repetições do que seu limite, vai se lesionar.

Grande parte da nossa força aparece quando somos capazes de reconhecer que não precisamos nos mostrar fortes o tempo todo. É possível reconhecer nossa vulnerabilidade.

Esteja certo de que ela não é permanente. Assim podemos economizar a energia que perdemos quando tentando ser fortes em momentos que não conseguimos mais ser. É saudável que os limites sejam ultrapassados, mas existe um limite para os limites. É importante reconhecê-los. E caso se sinta cansado, tenho uma dica infalível! Descanse!

Distrações diminuem sua força

Quando você está presente e com atenção plena naquilo que está fazendo, fica mais fácil a execução de uma tarefa. Você está em seu eixo, alerta, direcionando sua energia para seus objetivos e abrindo mais espaço para sua força se manifestar.

Agora pare um pouquinho e reflita: o que você tem de melhor? Aquilo que faz você se sentir forte, pleno e auto-confiante? Algo simples e que você possa fazer com facilidade.

Não precisa ser bom e nem legal para ninguém, somente para você! Inclua essa atividade em sua rotina e sinta a força e o prazer dentro de você! Isso vai te despertar sensações de força e firmeza, que vão refletir em toda sua vida.

Como ter mais coragem?

Se coragem é agir com o coração, então cuide de seu coração. Ser fiel a si mesmo e ao que está sentindo já é um grande sinal de força e coragem, independentemente dos resultados. Essa é sua verdade! Só cuidado para não confundir verdade com teimosia, hein! Uma dose de flexibilidade faz bem!

E como saber o que estou sentindo? SILENCIE! Dedique uns minutinhos por dia para si mesmo, onde possa parar, respirar e dar espaço para seu ócio criativo.

Caso sua rotina seja agitada demais e não encontre tempo nem espaço para isso, uma boa sugestão é em seu banho diário.

Tem momentos que precisamos de mais coragem e normalmente são nos tempos de mudanças, quando algo novo está por vir e não sabemos o que fazer, como fazer e os resultados que vão dar.

Minha sugestão para ensinar o corpo, a mente e o coração a ter mais coragem e a lidar com algo novo é fazer algo novo! Algo que você nunca fez, nunca experimentou, que você tenha vontade de fazer e se sinta apto a fazer.

Algo divertido, no qual não importe o resultado, mas o desafio da novidade. Por exemplo, você nunca cozinhou e vai fazer um bolo ou uma receita qualquer. Nunca deu cambalhota, andou na ponta dos pés ou correu de costas.

Você nunca escovou os dentes com a outra mão ou nunca dormiu com a cabeça para o pé da cama! Se experimente um pouco, crie novidades lúdicas e alcançáveis em seu dia a dia. Tenha curiosidade sobre si mesmo! Se experimente!

Meu conceito de coragem

Coragem é um sentimento que nos leva à ação com amor diante de algo que é desafiador, abraçando o medo com respeito aos seus próprios limites e uma dose generosa de ousadia.


CAMILA MONTANDON sempre foi muito curiosa e questionadora, adora viajar e diz que uma viagem só é rica se te levar a novos lugares dentro de si. Formada em fisioterapia pela PUC-Campinas, sempre buscou entendimento mais amplo sobre o corpo, suas expressões e histórias. Estudou Naturopatia, Reiki, Microfisioterapia Constelação Familiar e Reequilíbrio Somato-Emocional, se especializando em Cuidados Integrativos na Unifesp. Apresentou o Saúde Emocional, no canal Fox, e hoje sua principal atividade é o atendimento particular em consultório, promovendo cura e equilíbrio para o corpo em todas suas dimensões. A vida é para ser sentida! Sua mensagem é muito bem vinda. Está no Instagram como @camontandon, no Facebook e WhatsApp.

*O conteúdo publicado acima é de inteira responsabilidade de seu autor. As opiniões nele emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista do Thank God It’s Today.


Webinário Gratuito

Inscreva-se no webinário Equilíbrio Vida & Trabalho clicando aqui e Descubra os 4 passos para você equilibrar a sua vida pessoal e profissional, criar metas e focar no que é importante. Só assim você terá alta performance.

Sou Ligia Costa, palestrante especialista em mindfulness e inteligência emocional para promoção da saúde mental e
bem-estar.
imagem ligia costa sobre blog

Medite comigo:

book
Neste livro, compartilho lições valiosas que aprendi ao longo de minha carreira e de minha jornada de autoconhecimento.