Novos consumidores valorizam empresas éticas e humanas

Novos consumidores valorizam empresas éticas e humanas

Tenho falado aqui há algum tempo sobre a importância de compreendermos todas as mudanças do mundo, principalmente, nos últimos cinco anos, em função do impacto da globalização e da convergência tecnológica, sobretudo a internet e as redes sociais. Empresas éticas e humanas são a nova tendência.

Passamos por gigantescas mudanças como seres humanos, seja na política, nas relações econômicas, na forma como enxergamos o mundo e como queremos criar nossos filhos.

Valorização do humano

Existem movimentos lindos colaborativos, como as escolas da vida (School of Life), um capitalismo mais consciente que busca o propósito antes do lucro e, principalmente, a ampliação da consciência coletiva da humanidade. Fala-se em sincronicidade, energia, astrologia, cura e milhares de pessoas trabalhando em busca de um equilíbrio e resgate da sociedade, do planeta e do mundo.

O Brasil tem passado por momentos históricos, assim como nós, seres humanos, passamos por transformações profundas. Estamos intolerantes à mentira, à falta de ética, às histórias inventadas, enfim, não temos mais tempo a perder com assuntos irrelevantes, que não estejam alinhados com nossos valores e com os impactos positivos que podemos causar em nossas vidas e na influência ao próximo.

Futuro do marketing é o mesmo das empresas éticas

Recentemente participei de uma discussão nas redes sociais sobre o futuro do marketing, especificamente das agências de publicidade. De forma colaborativa, participei de reuniões presenciais, alguns fóruns online e contribui com meus pensamentos e estudos, afinal, são quase 20 anos atuando no mercado de Comunicação, Publicidade e Marketing. Amo este assunto e continua sendo minha área de trabalho.

Esta semana, veio a tona mais uma deslizada. E o pior: da marca de cerveja que mais gosto. Não. Isto é intolerante. Tive a certeza de que o problema do futuro da publicidade não está nas decisões ou escolhas técnicas, mas sim no conceito e na ética.

Mais uma vez a publicidade tenta “enganar o cliente”, fazê-lo pensar erroneamente e tenta se colocar no papel de líder, autoritário, dominador falando com grandes massas. Eles certamente esqueceram que a era industrial acabou.

Na criação feita pela agência Publicis Brasil, homens são surpreendidos quando “despacham” as suas mulheres para um fim de semana no spa para assistirem à final da Champions, em um evento exclusivo da marca, em São Paulo.

Ideia interessante, porém, execução mentirosa, afinal, os vencedores eram atores e não pessoas comuns, como subentendia a mensagem transmitida pela propaganda.

Vamos aos fatos

Veja AQUI a matéria do G1 sobre o assunto.

Agora conheça AQUI a Defesa da Heineken, através de assessoria de imprensa.

Anunciantes, agências e a mídia criavam grandes blocos e encaixavam pessoas nas caixas pré-existentes, mas agora já não funciona mais assim. Os blocos dissolveram e se transformaram em grãos de areia.

E o que devemos fazer? Precisamos cuidar dos grãos, pois eles escapam facilmente entre os dedos, voam com qualquer vento e, como no deserto, a paisagem se transformam a cada dia.

O mundo mudou

Políticos tem ideias interessantes em construir viadutos e realizar obras no estado de São Paulo, porém as execuções foram antiéticas. Empreiteiras realizaram obras incríveis ao redor do mundo, mas a execução gerou a maior rede de corrupção política já vista no Brasil.

Ei, diretores e presidentes de agências, vocês precisam se atualizar e fazer suas empresas éticas novamente. Não é suficiente apenas ter conhecimentos, mas é necessária a compreensão de que o seu principal e único cliente mudou. O ser humano não é o mesmo.

Estamos falando de indivíduos únicos, com vozes e participativos. Estes consumidores compartilham, criam, formam comunidades, usam a internet e seus mobile devices para se expressar e para apoiar causas (*pesquisa google 2015).

Novo mindset

Talvez você não tenha mudado, mas a forma de consumir não é mais a mesma, não estamos mais tolerantes a criatividades mentirosas e babacas. Estamos na era da humanização, da essência e os modelos de negócios devem mudar. Seu business deve ter propósito e tocar a alma, falar a verdade e valorizar seu cliente, caso contrário, você certamente perderá mercado.

Estou falando de uma gigante mudança de mindset. São quebras de paradigmas que o mundo da propaganda precisa aprender para construir empresas éticas. É hora de valorizarmos a personalização, a micro-segmentação, dar voz ao seu cliente, respeitá-lo e quem sabe até remunerá-lo. Se ele for um blogueiro famoso, pode até ter mais audiência que muitos grandes produtos de consumo.

O foco é na proposta de valor, adequada a sua comunidade, aos seus seguidores. O seu objetivo deve ser resolver um problema real, mesmo que bastante segmentado, e não olhar apenas para o seu umbigo.

Que tal pensar em rede, de forma colaborativa, falar sobre remuneração por performance, saber pedir, ser vulnerável e mostrar-se atento a servir e a dividir?

A partir de quando você deve começar? Agora. Quem é responsável por essa mudança? Você!

Thank God it’s Today

É triste ver o padrão se repetindo com indústrias de consumo e pessoas inteligentes. Mas boas intenções não bastam. O propósito deve prevalecer e ser resgatado para construir empresas éticas.

Tudo recomeça com o real porquê.

E mais uma pergunta: será que o consumidor ainda acredita que a Xuxa usa Monange?

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HUGS & KISSES
Ligia Costa

Sou Ligia Costa, palestrante especialista em mindfulness e inteligência emocional para promoção da saúde mental e
bem-estar.
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Neste livro, compartilho lições valiosas que aprendi ao longo de minha carreira e de minha jornada de autoconhecimento.