Por que chefes gritam? Sempre me questionei sobre a falta de respeito e baixa inteligência emocional de pessoas quando chegam ao tão desejado poder. A notícia boa é que na gestão humanizada o modelo do antigo chefe truculento dará lugar a novos líderes mais conscientes e inclusivos.
Tente visualizar as cenas abaixo:
“Você está proibida de falar com diretores. Aqui tem hierarquia e diretoria fala com diretoria”, dizia aos berros um ex-chefe meu em uma sala fechada.
“Então me prova que você pode gerar X% a mais de receita com tudo isso que você está falando”, dizia de forma raivosa e em alto e bom som outro ex-chefe ao levantar-se de sua cadeira, posicionar-se em pé na ponta da mesa com os braços erguidos, em posição de ataque.
“Ela é muito burra. Assim não dá, vou conversar com ela! Muito burra!”. Essa ouvi de uma ex-chefe gritando repetidamente com sua voz estridente e descontrolada ao telefone para justificar-se de um erro do departamento.
Durante 18 anos de mundo corporativo, passei por estes momentos de desrespeito durante três vezes. Me lembro das cenas, dos gritos, berros e da falta de controle de cada um dos momentos como se fosse hoje. Estas situações sempre me incomodaram absurdamente e sempre me questionei: por que os chefes gritam?
Alívio e insight
No início de agosto de 2015, tive a oportunidade de acompanhar o evento do Capitalismo Consciente, com Raj Sisodia, que lançou o livro Empresas Humanizadas. Durante sua palestra, inconscientemente, relembrei-me de chefes antigos e das cenas de gritos e berros vividas no passado.
Desta vez, em vez de desprezo, a sensação que tive foi de alívio e insight. Finalmente, explicações me confortaram e me tranquilizaram sobre o porquê dos chefes gritarem tanto.
Liderança feminina
Nunca fui feminista, porém Raj mencionou que o líder do futuro, que será mais consciente, trará, obrigatoriamente, valores femininos em seu estilo de liderança. Ele compartilhou que chefes, em sua maioria homens, são dominadores, agressivos, ambiciosos, competitivos, assertivos, buscam vencer a qualquer preço, focados em resultados, querem disciplina, são rudes, agem com força. Buscam na verdade apenas satisfazer o próprio SELF, ego.
Por outro lado, mulheres agem com compaixão, empatia, gentileza, inclusão, respeito, cooperação, flexibilidade, criatividade, verdade, harmonia, vulnerabilidade, ganha-ganha. Ufa, compreendi o porquê das cenas que enfrentei terem me chocado tanto ao longo da minha carreira.
Novos líderes na gestão humanizada
Independente do sexo, existe uma enorme oportunidade para chefes transformarem-se em novos líderes. Líderes do hoje (afinal, TGI Today e não no futuro!) devem ser mais inclusivos, rejeitar a violência, ampliar seus conhecimentos, compreender as consequências da sua atitude, ter um bom critério para discernir o certo e o errado e viver em harmonia com a natureza para uma gestão humanizada.
Sedundo Raj, líderes do futuro têm a consciência ampliada e são SELFLESS:
S = Strength (força)
E = Enthusiasm (entusiasmo)
L = Long Term Orientation (Visão de longo prazo)
F= Flexibility (Flexibilidade)
L = Love and Care (Amor e Respeito)
E = Emotional Intelligence (Inteligência Emocional)
S = System Intelligence (Inteligência sistemática, processual)
S = Spiritual Intelligence (Espiritualidade)
Portanto, passaremos a ser líderes do futuro ao deixarmos de olhar apenas para nós mesmos, deixando o ego de lado.
“Os dogmas de um passado tranquilo são inadequados ao presente turbulento. Como nossa causa é nova, também precisamos de ideias e ações novas. Precisamos deixar de olhar para si próprio e ajudar a salvar o mundo”
– Abraham Lincoln
Thank God It’s Today, porque todo dia é dia aprender tudo que a escola não ensinou para termos uma carreira e vida de sucesso. E você, já enfrentou gritos de chefes? O que acha da gestão humanizada? Me conta o que você achou!
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